Polônia escolhe Saab para fornecer três submarinos A-26: um marco para a segurança Báltico


A decisão anunciada pela Polônia de selecionar a Suécia, por meio da Saab, para o fornecimento de três submarinos convencionais A-26 Blekinge representa um avanço significativo na arquitetura de defesa do Mar Báltico. Conforme reportado pela Reuters em 26 de novembro de 2025, o contrato estimado em cerca de 10 bilhões de złoty (aproximadamente US$ 2,73 bilhões) integra o programa polonês “Orka”, voltado ao fortalecimento de suas capacidades marítimas em um ambiente de crescente tensão estratégica. A escolha sueca é, ao mesmo tempo, um gesto de convergência política e um movimento técnico-operacional coerente com as particularidades geográficas e de segurança da região..

Contrapartidas alcançadas

A relevância do acordo transcende a simples aquisição de plataformas navais. Segundo a reportagem, o pacote negociado inclui cooperação industrial ampliada, compromissos de compras recíprocas de armamentos e a disponibilização temporária de um submarino de transição que permitirá à Marinha polonesa treinar suas tripulações até a entrega formal dos novos A-26. Para a Saab, a contratação tem peso histórico: trata-se da primeira exportação de submarinos desde que a empresa assumiu o setor em 2014, consolidando-a como fornecedora estratégica em um momento em que diversos países europeus reavaliam suas vulnerabilidades marítimas e a segurança de suas infraestruturas críticas..

Aspectos técnicos

Do ponto de vista técnico, o A-26 foi projetado explicitamente para atender às exigências do Mar Báltico — uma área de profundidade relativamente baixa, com intensa atividade militar, numerosos gargalos marítimos e crescente preocupação com operações de sabotagem em cabos submarinos e estruturas de energia. O emprego de propulsão independente do ar (AIP), baseada em motores Stirling, permite ao submarino operar submerso por longos períodos com baixo nível de assinatura acústica, o que confere uma vantagem significativa em cenários de vigilância, negação marítima e guerra anti-submarina.

Outro diferencial relevante é o “multi-mission portal”, um compartimento frontal capaz de lançar veículos subaquáticos autônomos, mergulhadores de operações especiais e sensores especializados, tornando a plataforma particularmente apta a missões de guerra do fundo do mar — um domínio cada vez mais estratégico na competição entre Estados.

Impactos geopolíticos

A dimensão geopolítica do acordo é igualmente significativa. A aquisição fortalece a interoperabilidade entre Polônia, Suécia e Reino Unido, consolidando uma malha de cooperação que se torna essencial diante das percepções de ameaça advindas da Rússia desde 2022. A convergência entre esses parceiros revela uma tendência mais ampla: os países do Norte da Europa buscam elevar suas capacidades de monitoramento e defesa do Báltico como resposta direta à instabilidade regional e ao risco de interrupção de infraestruturas críticas marítimas, como cabos de comunicação e gasodutos.

Nesse sentido, o contrato celebrado com a Saab não apenas reforça a postura dissuasória de Varsóvia, mas contribui para uma reconfiguração mais robusta e coordenada da defesa coletiva no flanco norte da OTAN.

Em resumo …

Esse anúncio reflete um movimento que combina profundidade técnica, visão estratégica e alinhamento político. A Polônia reafirma sua intenção de assumir protagonismo na segurança do Báltico, enquanto a Suécia demonstra sua crescente relevância industrial após sua recente entrada na Aliança Atlântica.

Em um cenário de volatilidade geopolítica e modernização acelerada de forças militares europeias, o acordo surge como um dos marcos mais expressivos da defesa regional em 2025.



Descubra mais sobre InvestDefesa.org

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário