Desenvolvido pela Anduril, o novo protótipo do programa CCA da USAF consolida a autonomia total como eixo central do poder aéreo do futuro.

Segundo informa o blog The War Zone, o protótipo do drone de combate YFQ-44A Fury, desenvolvido pela empresa americana Anduril Industries, realizou com sucesso seu voo inaugural, marcando um importante avanço no programa Collaborative Combat Aircraft (CCA) da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). O YFQ-44A é um dos dois modelos atualmente em desenvolvimento dentro do Incremento 1 do programa, ao lado do YFQ-42A da General Atomics, e representa uma nova geração de aeronaves não tripuladas projetadas para operar em conjunto com caças tripulados de quinta e sexta geração.

O voo de estreia ocorreu em Victorville, Califórnia, e simboliza um marco estratégico para a Força Aérea, que busca acelerar o desenvolvimento de aeronaves autônomas capazes de complementar missões de combate convencionais. O programa CCA tem como objetivo expandir rapidamente a base de conhecimento sobre desempenho de voo, comportamentos autônomos e integração de sistemas de missão, promovendo competição e inovação entre empresas do setor. Segundo o secretário da Força Aérea, Troy Meink, essas aeronaves podem representar a “próxima grande revolução” na forma de empregar poder aéreo.

O projeto Fury tem raízes em um conceito de drone agressor desenvolvido pela Blue Force Technologies no final da década de 2010, empresa posteriormente adquirida pela Anduril em 2023. Desde então, a Anduril vem investindo pesadamente na autonomia da aeronave — considerada o aspecto mais desafiador do desenvolvimento. O YFQ-44A não é um drone remotamente pilotado, mas um sistema semiautônomo capaz de decolar, voar, cumprir missões e pousar de forma independente, sob supervisão mínima de um operador. Essa capacidade representa um novo paradigma na aviação militar, com o drone operando como uma verdadeira plataforma de combate colaborativa.

De acordo com a Anduril, o YFQ-44A foi projetado para atuar tanto de forma independente quanto em cooperação com caças tripulados, ampliando a letalidade, a sobrevivência e a eficácia das missões. O sistema de armas totalmente integrado processa dados em tempo real, identifica alvos e comanda ataques com rapidez superior à capacidade humana. Além disso, o software do drone gerencia sua manutenção e integridade estrutural, garantindo pronta disponibilidade operacional — características que consolidam o Fury como um elemento central no futuro conceito de guerra aérea autônoma.

Em paralelo, a Anduril anunciou a construção de uma gigantesca fábrica em Ohio, batizada de Arsenal-1, onde o YFQ-44A será produzido em larga escala a partir de 2026. A empresa promete um processo de manufatura simplificado, com tecnologia madura, cadeia de suprimentos ampla e mão de obra descentralizada — um modelo inspirado em produção de alta eficiência, pensado para responder rapidamente às necessidades estratégicas do Pentágono. A meta é fabricar centenas de unidades em ritmo acelerado, garantindo vantagem tecnológica diante de adversários potenciais.

Ainda segundo o The War Zone, os próximos passos incluem testes de armamento, missões cooperativas com caças tripulados e validação de voo em múltiplas aeronaves autônomas. Esses ensaios serão conduzidos em bases como Edwards e Nellis, ampliando o envelope operacional e a interoperabilidade entre plataformas. Para a Força Aérea dos EUA, o voo do YFQ-44A representa mais do que o sucesso de um protótipo: é o prenúncio de uma nova era de poder aéreo, onde a autonomia e a inteligência artificial assumem protagonismo na condução de operações militares complexas.

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