Segundo informações do site SingularityHub.com, pesquisadores avançaram significativamente na manipulação genética ao desenvolver uma cepa de levedura com mais de 50% de DNA sintético.
Desde 2006, o Synthetic Yeast Genome Project, um consórcio internacional, tem trabalhado para reescrever o genoma da levedura de cerveja, um eucarioto com ampla aplicação biotecnológica. A equipe conseguiu sintetizar novas versões de todos os 16 cromossomos da levedura e criar um cromossomo completamente novo, resultando em células com mais de metade do DNA sintetizado.
Este avanço é importante para entender os fundamentos genômicos através da construção de genomas sintéticos, movendo-se da manipulação de alguns genes para o design e construção de genomas inteiros. Alterações notáveis incluem a remoção de “DNA lixo” e a criação de um neocromossomo para o RNA transportador, que carrega aminoácidos para as fábricas de proteínas das células, separando-os para evitar danos no DNA.
A equipe também incorporou um sistema chamado SCRaMbLE, que permite a reorganização rápida de genes dentro dos cromossomos, acelerando a evolução induzida. Para combinar vários cromossomos modificados em uma única célula de levedura, foi necessário um programa de cruzamento e um processo de “depuração” para lidar com interações imprevisíveis dos cromossomos sintéticos.
Com a inclusão de seis cromossomos completos e parte de outro através deste método, eles aumentaram o total de DNA sintético para mais de 50%. Embora ainda haja trabalho a ser feito para incluir todos os 17 cromossomos sintéticos em uma célula, alcançar esse meio caminho é visto como um marco significativo na biologia sintética.
Por que esse avanço é importante?
O avanço científico de criar células de levedura com mais de 50% de DNA sintético é significativo porque representa um novo patamar na engenharia genética e na biologia sintética.
Primeiramente, mostra que é possível reescrever extensivamente o genoma de um organismo eucariótico complexo, abrindo caminho para a compreensão e manipulação mais profundas dos blocos fundamentais da vida. Essa habilidade pode potencialmente levar a inovações em biotecnologia, como a criação de microrganismos com capacidades completamente novas, beneficiando setores que vão desde a medicina até a produção de biocombustíveis.
Além disso, a eliminação de “DNA lixo” e a reorganização de genes por meio do sistema SCRaMbLE pode levar a genomas mais estáveis e eficientes. Isso pode resultar em processos biotecnológicos mais robustos e controláveis, essenciais para a produção industrial de compostos valiosos. A capacidade de induzir rápida evolução genômica também acelera a pesquisa e o desenvolvimento de novas cepas de leveduras para usos específicos, potencialmente reduzindo o tempo e o custo associados à pesquisa e desenvolvimento.
Por último, o sucesso dessa pesquisa coloca as bases para avanços futuros, como a criação de células com genomas completamente sintéticos. Tal feito poderia revolucionar nossa abordagem no design de organismos para tarefas específicas, desde a remediação ambiental até a produção personalizada de medicamentos, abrindo novos horizontes para a ciência e a indústria.
Todavia, atente-se que, similarmente ao que ocorre com o campo da Inteligência Artificial, questões morais e éticas importantes precisam ser tratadas com o devido cuidado, sem o quê, uma “caixa de Pandora” poderá ser aberta, com consequências insondáveis para a Humanidade.
Para a notícia completa acesse SingularityHub.com (em inglês).
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